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Aécio Neves é acusado de receber fortuna para comprar apoio político em 2014

12 de Dezembro de 2018

A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem a operação Ross, um desdobramento da “Lava Jato”, na qual acusa o senador Aécio Neves (PSDB) de liderar uma organização criminosa e receber ao menos R$ 110 milhões em propinas do grupo J&F, do empresário Joesley Batista.O suposto esquema envolveria corrupção e lavagem de dinheiro. 



O objetivo do tucano, segundo a investigação, seria comprar apoios parlamentares para a eleição presidencial de 2014. Aécio acabou derrotado por Dilma Rousseff (PT) no segundo turno. 



O inquérito policial cita o envolvimento de dezenas de parlamentares, secretários de governo de Minas Gerais e o ex-governador do Estado e senador Antonio Anastasia (PSDB), afilhado político de Aécio.



Segundo a denúncia, Aécio, que é investigado em outros nove inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), liderou uma suposta organização criminosa para tentar vencer as eleições de 2014. As investigações apontam que o senador teria usado o cargo público para cobrar o pagamento de propinas diretamente de Joesley Batista, um dos sócios do grupo J&F, em pelo menos quatro encontros realizados com o empresário entre 2014 e 2017. 



Na análise da Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, juntada ao inquérito da PF, ficou “evidenciada relação espúria e duradoura entre Aécio Neves e executivos de um dos maiores grupos empresariais brasileiros, que, confessadamente, praticaram múltiplos atos de corrupção em todas as escalas do poder”.

Apesar de ainda não ter prestado depoimento à Polícia Federal, Aécio negou as acusações. O advogado do tucano, Alberto Zacharias Toron, chegou a dizer que “a correta e isenta investigação vai apontar a verdade e a legalidade das doações feitas”. 



Em pronunciamento à imprensa no Senado Federal, ontem, Aécio reforçou que “não houve ilicitude” durante a campanha ao Palácio do Planalto e acusou Joesley Batista de falsear informações “em busca da manutenção de sua imunidade penal”.



Ontem, desde as 6h, a PF realizou buscas na residência do tucano, no bairro Anchieta, Zona Sul da capital mineira, e[/TEXTO] no apartamento na avenida Vieira Souto, em Ipanema, na Zona Sul carioca. Os agentes confiscaram computadores, celulares e documentos de campanha eleitoral.



Segundo a Polícia Federal, Aécio teria comprado o apoio de 11 partidos, que, juntos, teriam recebido R$ 45 milhões para apoiar o tucano na campanha à presidência da República. Desse montante, R$ 15 milhões teriam sido entregues ao Solidariedade, por intermédio do deputado federal Paulinho da Força. 



Outros R$ 20 milhões teriam sido pagos ao PTB, por meio de deputados federais. Uma das beneficiadas seria Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson. 

Além disso, mais nove partidos teriam recebido, juntos, R$ 10,3 milhões para apoiar Aécio.



Os pagamentos constam de um arquivo chamado “Planilhão de Doações 2014”, apresentado por Joesley Batista em 25 de abril de 2018, na delação premiada registrada na PF. 



A planilha, segundo as investigações, era organizada por cores distintas, de modo a identificar a origem ilícita dos pagamentos: azul para notas fiscais falsas; amarelo para pagamentos em espécie; verde para os depósitos em conta corrente e branco para doações oriundas de lavagem de dinheiro.

Entre os intermediadores dos pagamentos, responsáveis por repassar as propinas aos apoiadores de Aécio, estariam o primo do senador, Frederico Pacheco de Medeiros, e a irmã do tucano, Andrea Neves. Os dois prestaram depoimento na Polícia Federal ontem e foram liberados em seguida.



Além deles, compareceram à Polícia Federal ontem empresários do ramo de supermercados, acusados de fornecer notas frias para doações ilegais de campanha, o marqueteiro de Aécio Neves durante a campanha presidencial de 2014, Paulo Vasconcelos, e Danilo de Castro, ex-secretário da Casa Civil no governo Antonio Anastasia (PSDB), entre 2010 e 2014. Nenhum deles quis falar com a imprensa.



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